como quem contempla o abismo à margem
este azul profundo em que pretendesse me deixar
mais como o pássaro pródigo
à margem do precipício em que pretende se jogar,
sem consequência e sem medida do peso
que as asas tendem a suportar.
Não o desejo como inconsequência,
mas pela sensação infinda,
sem formas e sem bordas a delimitar o vazio.
O desejo imortal, inefável, incomparável
rio em que desovo o corpo gélido
ao sabor da fúria líquida.
[Poeta Eterno]