[Poeta Eterno]
Nascera eu, antes de ser eu, teu.
A presença insubordinada à minha
vontade,
Os laços que sentia atando à um
destino de copas,
"Só solidão restituirá o
eu".
Nem com olhar de tédio me
recebera,
Sequer me vira, sequer me
compreendera,
O Eu nesse estado em que eu não
era,
"Só solidão
reconstruirá".
Persistente, eu era
E mais sendo eu, mais eu era só e
teu.
Este não pertencer-me, sem
presença,
Não ser eu de mim mesmo era
lancinante,
Não ser se não houvesse copas,
Faísca lúgubre roubando o Sol.
Só solidão restará.
Na angustia em que nascera, sem
presença,
Sabia, que de todo você não era,
E se fosse, já me tornara mal.
Ousaria me roubar de ti
Para nunca mais pertencer
Se não à mim?