Diria Einstein que são mundos transitórios, factíveis, pois que pedaços. Heráclito diria que nunca seremos capazes de banhar-nos no mesmo rio, pois que as águas se modificam, passam em função de quando o tempo passa.
Eu diria que o tempo não é um lugar, mas um estado inpermanente e inpertencível, pois que quando se passasse a pertencê-lo deixaria de ser estado.
Com esta pequena inflexão do tempo quero dizer que não pertenço nem mesmo a mim, o tempo de ontem é que tinha a posse do eu de ontem, do momento inpertencível no qual estive "eu de ontem" e através do qual posso ser o eu deste segundo - que ao passar já levou outro eu. Quero dizer, então, que o tempo é o papel no qual imprimimos nosso eu a cada segundo?
Perguntam-me, mesmo assim, porque estou fora deste mundo, obrigando-me a dizer que este não está fora daquele e que na forçosa divisão dos dois, cada um, obrigatoriamente conterá um reflexo de mim, talvez sujeito à interpretação, por isso, variável.
Digo que não posso pertencer a este mundo, porque ele próprio não se pertence, esta em função de, em relação a um uno, incompreenssivelmente coletivo, e se coletivo, impertencível a qualquer das partes, enquanto estas permanecerem partes.
Poeta Eterno