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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A vida continua.

Se parar, a vida não pára. Tenho para mim que parar não é parar, porque nada pára, tudo se movimenta. Nesta parada pretensa que vemos não há pausa na vida.
 
Não decidi se a vida é uma dádiva. E não páro de pensar e repensar estes pequenos "e se.." que a vida tem. Com três pontos amparando situações inúmeras que se tem que viver, situações pelas quais se tem que passar ou não.
 
A vida continua, diria, mas se continuar... o que?
O que vem depois. O que parece assustar?
 
O que dizer se não que a morte vem? Mas viver não pode ser somente uma questão de tempo, essa efemeridade, essas passagens não podem ser tão ignoradas para quem vive esse movimento e momento.
 
Que ignorância a minha pensar. Pensar é o que faz da morte esse horror. Essa situação tão mais adversa que o movimento e o momento (ambos duros demais, tanto que quase não os posso admitir).
Morrer é afinal isso. Um momento, um movimento de matéria-luz a se transformar e a transportar cada coisa para cada lugar. E se admitido que não há pausa, não finda.
 
Mas e se... Não saberei se não viver esse movimento. Só entenderei se estiver vivendo. Mas se entender não parece ser dádiva humana, então porque ter algo que não posso usar? Para quê órgãos de sentido para não sentir? Como entender se não pensar? Porque incomodam os porque que ainda não sei? Porque quero saber porque?
 
Sem entender não saberei? Porque preciso saber?
 
Parecem-me falhas as indagações sobre a vida, ou seu porquê. Sei que não pode ser acidental, sei que o movimento tem origem e destino, só me foge entender...
 
Poeta Eterno