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domingo, 20 de março de 2011

Um estado de roer-se

Pensava...

Permanecia sempre em silêncio, enquanto durasse a movimentação de seu estado completo. Havia sim um movimento de roer-se em seu permanecer, como um estado de um país no qual vivesse, se vivesse em país.

Não vivia em lugares. Seu país era o momento e o mover-se. Ostentava, por isso, entretantos e poréns junto aos adjetivos que lhe atribuíam.

Repetia não ter país nem estado, mas os estados das pessoas sempre inquietos por alcançar sua causa de ser, as cores de suas bandeiras sempre flamulantes – desconhecedoras das cores de seu silêncio e pensamento – sempre tentando novamente e novamente.

Pensava que quem fica, fica em algum lugar e logo entendia e esquecia países, pessoas, ideologias... Permanecia si mesmo, enquanto movia-se por um estado vazio de não-ter-que-ser.

A ausência complicada de palavras a lhe nomear ou adjetivar seu estado de não-ser preenchia a todos com um estado de roer-se por um ser conjugar tantos verbos de si, maravilhosamente no presente.

Poeta Eterno