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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Amor e liberdade

Poeta Eterno (20-01-2010)

Talvez o ser humano queira algo a feri-lo, por isso ele ama. Me explique um amor que não se envolva à dor!

Ao ser livre, exatamente por isso, cabe a entrega, ele foi responsabilizado, encarregado de sentir dor! A entrega dói!

Saber que no mundo há um ser que possui outro, saber que alguém o possui dói àquele que entrega seu ser a outrem. Entregar-se dói e é um ato de violência ao ser e à sua liberdade.

Mas se ao ser livre o amor e a entrega é o que cabe, então, será ele livre?

A liberdade da gaivota não se dá exatamente ao fato de ela ter um “puleiro”? Pois que se não houvesse puleiro ela estaria presa ao vôo.

Talvez não tenha escolhido o tema certo “amor e liberdade” são dois temas que talvez não se combinem, eu disse apenas talvez...

Se amar é pertencer, amar é a pior das alienações do homem. Ninguém deveria amar se não a todos da mesma forma e com a mesma intensidade. E se amar logo depois tomar-se de volta, cair em si e voltar a ser... Assim é que se dá o balanço... Mas o amor foi pintado exclusivo e especial. Mas se não tivesse sido pintado assim, então, eu não diria nada. Na verdade não devo dizer o que é devido e o que não é, mas digo.

Mas o amor é o puleiro da gaivota. Tão necessário à sua própria liberdade e a liberdade tão necessária ao vôo...

No amor só se será livre quando dele se puder abrir mão para viver outro sentimento, em outro mundo, e assim tudo faz sentido... Liberdade, puleiro, sentimentos, amor. Todos em um liquidificador sem tampa que os faça manter uma relação dialética tanto quanto faça com que de uma hora para a outra percam a relação e voltem ao seu estado puro.

O amor só deve viver se negar a si mesmo em nome de sua própria liberdade.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Sabe que não sabe (O silêncio é memória)

Poeta Eterno

Sabe apenas que não sabe o que diz.

Pensa que apenas não pensar leva a algum lugar, ou esquece a loucura do lado de fora.

Mas a loucura so nos serve de companhia, e quando chega nos abraça e não mais solta.

- Ou sou eu quem a abraça? - pensa.

Sugere apenas que é pequena mas que nada lhe basta. E quando a noite se avizinha, so quer perder-se em teus braços. Ou fazer-te perdido nos dela. Fazer-te pedido.

Segue e não pára, segue e não cala, segue e liberta, segue exalando a verdade que lhe brota, fingidamente, às ancas. Segue libertando... segue.

Sabe que por onde for haverá bebida, parceiro, noite fria e solidão, pois que é o que nos une à todos. Somos unos em nossa solidão absoluta, individual, mesquinha as vezes...

Liberta logo cedo o compromisso da memória e assim pode esquecer cada noite, cada fiasco, cada abalo sismico provocado, desencadeado, desequilibrado... Pode esquecer cada recaida, cada silêncio... mas só o silêncio não sabe esquecer... O silêncio é memória.